Senso de Justiça, Ação covarde

sábado, 24 de maio de 2008


“Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”.

Certa vez estava eu, muito apressada e medrosa, em uma parada de ônibus. Aflita com a não-movimentação da rua, esperava ansiosamente por um ônibus ou qualquer coisa que me levasse para casa. Estava em um local deserto, sem nem ao menos ouvir um som de algo familiar ou nada. Eu estava preocupada. (Com o que meu Deus?!) E enfim veio o ônibus. Entrei apressada e, desapercebida de quem também subia, apenas queria logo chegar em casa, meter-me debaixo de um chuveiro e pensar na minha vida (que tantas vezes a julgo, egoisticamente, triste.). Sentei, e agradeci aos céus, por haver uma cadeira vazia esperando por mim. Estava devidamente acomodada e, como de costume, passei a olhar (e não ver) o que estava passando pela janela. Meu pensamento não estava ali é claro, recapitulei meu dia, pensei no quanto estava cansada, nos problemas da minha vida (não financeiros, mas, amorosos enfim... nada muito sobre o que falar...) pensei diversas vezes como estava apertado ali, como eu queria poder xingar a gorda que espremia meu ombro e meu braço quando passou, como eu queria estar voltando de carro, e quantas vezes pensei que já já estaria em minha cama e poderia, então, dormir.
Depois de várias idas e vindas (da aceleração e freio do motorista do ônibus) cheguei na minha parada. Percebi que outras pessoas também desceram, e que havia um homem na parada de ônibus esperando por alguém. Não tive medo, mas um receio ou algo estranho que senti na hora, mas que passou muito rápido (porque, na verdade, eu estava pensando em dormir desesperadamente.) À medida que fui andando rápido, o tal homem e uma mulher que desceu junto comigo do ônibus também estavam vindo do mesmo caminho que eu ia. Percebi que os dois discutiam fortemente, mas resolvi continuar andando apressadamente, pois faltava pouco para o meu encontro com a cama tão desejada. Foi então que ouvi a mulher gritando:
- Ei moça! – devo confessar que eu sabia que falava comigo. Mas não quis olhar, eu estava com medo. Assaltos, estupro, o que vai se pensar nessas horas? Continuei andando. Ela falou novamente.
- Ei moça! – teimosamente continuei a andar e não olhar para trás, o homem com quem ela brigava estava alguns metros na frente. Foi então que senti o toque de uma mão delicada nos meus ombros. TIVE que me virar.
- Moça, tu me visse na hora que eu entrei no ônibus?
- Desculpa, eu não vi.
- Não percebeu a hora que eu entrei?Tu já tava sentada.
- Não, não vi.
- É que aquele ali ta com raiva, porque acha que eu peguei um outro ônibus do que ele mandou (“mandou?”), ta achando que eu fui me encontrar com outra pessoa...
- Me desculpe, eu realmente não vi. – e eu não vi mesmo.
- Tudo bem, obrigada visse?
Despedi-me dela com um olhar e continuei andando. Cheguei em casa apressada, já com a chave na mão, abri e corri para dentro de casa. Joguei-me debaixo do chuveiro porque eu queria sentir o frio da água caindo no meu corpo. E então, depois de ensaboada, cabelos molhados, parei para pensar no que aconteceu.
Estava estranha, porque, percebi quando aquela mulher me chamou, e me tocou nos ombros, uma mancha em seu rosto, um semblante triste, obscuro, percebi, ao mesmo tempo, que o homem andava depressa e não olhava para trás, apesar de todos os gritos da mulher chamando por ele. Ele estava bravo, ela, com medo. E eu confusa.

Meu deus...Ele ia bater nela!

2 comentários:

Cássio disse...

Pois é, tem dias que nós tamos tão tão cansados, estressados, que nem nos preocupamos com o que podera acontecer! apenas em chegar em casa o mais depressa possivel!

Anônimo disse...

esse eu ja conhecia colega, e eu tenhu um só pra mim!!!
ja pode ficar famosa q eu ja disse q o seu conto vai render minha aposentadoria recheada!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk