Codinome Orquídea - Parte 1

domingo, 25 de maio de 2008


- Seria mais fácil para mim se você não tivesse apenas 17 anos! Por favor, entenda Lucas, me sinto culpada em estar aqui com você nessa cama, para os outros isso é um absurdo! O que vão pensar de mim se descobrirem?!

Lucas calou Patrícia com um beijo longo e apaixonante, colocando suas mãos em seu pescoço. Não seria a primeira vez que os dois discutiam e terminava em um longo gesto de carinho.

- Fala que não quer mais sentir meus beijos, que não sente mais prazer em estar ao meu lado, diga que não me quer mais e irei embora. – Lucas sussurrou com seus lábios bem próximos aos dela.
- Não pode me pedir para dizer isso, sabe que não vou... Mas sabe que não podemos continuar com isso! Esses últimos dias ao seu lado foram o que houve de mais importante que me aconteceu na vida, mas você tem todo o direito de viver a sua vida, encontrar alguém que possa viver com você tudo que ainda não viveu! Eu vou ser pega em pouco tempo, Caxias vai matar todos nós, você não entende? Eu não vou me perdoar, já morreram tantos... – Patrícia havia começado a chorar naquele instante.
- Meu amor, eu só quero você! E, com ou sem você, eu sou comunista sim, meus pais não sabem disso, mas podemos lutar mais se estivermos juntos! – Lucas agora acariciava o corpo de Patrícia.
- Vamos enfrentar tantas coisas ainda, você vai sofrer tanto, não quero que sofra.
- Ao seu lado, nada me faz medo. Por você, eu faço qualquer coisa.

Lucas e patrícia são aluno e professora da única escola da cidade. Lucas entrara na escola ainda aos 10 anos, apenas um menino, que ainda não conhecia dos prazeres da vida. Patrícia começou a ser sua professora de língua estrangeira a partir dos seus 15 anos no primeiro ano. Aluno sempre aplicado ganhou a confiança e a admiração da professora em pouco tempo.
Patrícia era uma das professoras que passavam o dia inteiro na escola, preparando aulas, fazendo aulas extras, corrigindo provas, pagando detenção com outros alunos. E, implicitamente, apoiava um grupo antigovernamental, com sede nesta mesma escola. Tal grupo era famoso por seus protestos pacíficos e do alto teor intelectual dos seus participantes. Em 2010, o mundo entrara numa nova guerra mundial. Esta provocada pela corrida ao petróleo, e pelos conflitos entre terroristas e países capitalistas. Em junho de 2009, o Brasil tornara-se um dos países participantes da Opep, e já participava dos lucros mundiais de venda de petróleo. O país, além de participar do mercado petroleiro, também tinha a maior reserva hidrográfica do mundo e começara a aproveitar bem isso. Os conflitos religiosos, junto com a ameaça terrorista fizeram o mundo entrar em colapso em março de 2010. O Brasil logo declarou país amigo dos Estados Unidos, temendo a invasão americana em seu território. A ONU foi dividida em três: Capitalistas; Comunistas e Anarquistas. Os conflitos gerados pelos Anarquistas em 1930 na República Velha brasileira voltaram com força total. Porém, a Ditadura militar chegou tempos depois, com fim de controlar os protestos que ocorriam em todo o mundo contra a invasão americana ao território brasileiro. Jovens de todas as idades saíram às ruas em conflito com o governo. Em menos de dois anos a Terceira Guerra mundial havia acabado, motivo pelo quais poucos conhecem, mas certamente era pelo temor de uma nova bomba atômica. Isso fez com que os países do terceiro mundo se rendessem aos países capitalistas. 60 anos se passaram desde o início da Terceira Guerra, mas uma nova Guerra Fria dominava o cenário mundial.

- Lucas já são 8 da noite, ainda nadando, por que não volta para casa? Deve estar com fome... – Falou Patrícia na beirada da piscina com uma pasta preta encostada sobre o peito. O toque de recolher seria dali à três horas. Pessoas menores de 18 anos deveriam estar em casa uma hora mais cedo.
- Não quero voltar para casa professora. Não suporto ter de ver meus pais brigando a noite inteira, e também, lá não tenho o que fazer. – Disse Lucas parado em frente à Patrícia dentro da piscina.
- Mas deve estar com fome, o almoço foi servido às 12, já faz muito tempo que comeu algo, porque não vem jantar comigo então? Não pode ficar aqui, sabe disso.
- Não irei incomodar?
- Claro que não, moro sozinha e sempre faz bem uma companhia. Gosta de sanduíches e batatas fritas? Por que é só o que tenho em casa. – Risos.
- Claro!

Lucas saiu da piscina e se enxugou em sua toalha branca que estava por perto. Foi até o vestiário e trocou de roupa para ir à casa de Patrícia. Os dois foram de carro – movido à eletricidade - a uma casa simples que havia a dois quarteirões dali. Eram por volta das vinte horas, as famílias se encontravam em suas casas jantando, e o tráfico estava, como de costume, livre.

- Gostei da sua casa, ela é bem...Diferente. – Disse Lucas olhando para Patrícia.
- Ligue a tevê se quiser, sinta-se à vontade. – Guardou sua bolsa.
- Não, estou bem em vê-la cozinhando hambúrgueres! – Riram juntos.
- Ah desculpe por oferecer só isso, sabe não é? Moro sozinha, sou cheia dessas comidas fáceis de preparar, e não repara na bagunça também...
- Não se preocupe com isso, algo semelhante ao meu quarto!
- Bem, tudo pronto. Vamos comer.

Sentaram juntos em uma mesa redonda de madeira que ficava bem perto da sala, o ambiente era meio escuro com luzes no fundo. Lucas entristeceu rapidamente, sem motivo aparente.

- Onde está aquele sorriso que vejo sempre em seu rosto? Acabou de sumir... – Disse Patrícia tentando ser agradável.
- Sabe professora...
- Pode me chamar de Patrícia se quiser. – Interrompeu.
- Sabe quando você quer ter alguém para contar tudo o que te acontece de triste, mas essa pessoa não existe? – Lucas havia parado de comer seu sanduíche que estava pela metade.
- Bem, acho que temos o mesmo problema Lucas.
- Pensei que você pudesse ser essa pessoa. – Falou rapidamente.
- Me consideras tanto assim?
- A senhora... Ah desculpe... Você sempre me quis tão bem, sempre me ajudou em tudo o que preciso desde o começo do ano...
- Faço isso por todos meus alunos.
- Tenho problemas Patrícia. Muitos. Ás vezes, eu chego a pensar como meus pais...Como alguém tão jovem consegue ter tantos problemas?
- O que um garoto como você pode ter como problema? Garotas? – Falou meiga.
- Ah me desculpe se estou sendo direto demais, é que eu pensei que...
- Não, Não... Por favor, não me entenda mal! Não quis dizer que você não tem problemas, não é isso, é que... Sou sua professora, e sabe como é, convivo com adolescentes o tempo todo e...
- Às vezes gostaria que não fosse... – Sussurrou Lucas para nem ele mesmo escutar.
- O que você disse?
- Patrícia...Eu posso te fazer uma pergunta? – disse Lucas nervoso.
- Claro Lucas, pergunte o que quiser.
- Você está interessada em alguém?
- Oras... O que um garoto de 17 anos quer com uma pergunta dessas? – Lucas corou, mesmo que eu não desse para notar imerso na escuridão da sala. – Não, eu não tenho me interessado por ninguém. – Lucas levantou um pequeno sorriso, de meia boca.
- Patrícia... Posso fazer outra pergunta? – Ainda mais corado. Levantou-se de sua cadeira em direção à Patrícia que pegava a louça suja da mesa.
- Já disse que pode perguntar o que quiser.
- Teria algo com um cara mais novo? – Agora bem perto.
- Do que está falando Lucas?

Lucas não respondeu. Ao invés disso, agarrou-a pela cintura eu lhe deu um beijo na boca que a fez perder seu fôlego.

- Ai meu deus, Professora... Ah não, quer dizer Patrícia...Por favor, me desculpe por isso, eu juro que nunca mais irá se repetir. – Lucas saiu correndo em direção à porta.
- Lucas espere. – Ele parou como se alguém tivesse apontando uma arma em sua direção e virou lentamente. - Porque fez isso?
- Desculpe-me Patrícia... Por favor, me desculpe. – Falou como se houvesse cometido um crime, prestes a ser preso pelos policiais.
- Está gostando de mim Lucas? Logo você um dos garotos mais assediados da escola? – Lucas não conseguiu abrir a boca para dizer nada. – Devo estar ficando louca, mas, quero que fique. Por favor, não vá embora. – Sabia que estava cometendo um erro. Aliás, dois. Estava pondo em risco o Grupo, os membros não podem confiar em ninguém.
- Não?! – Lucas espantou-se.
- Não. Feche a porta. – Lucas obedeceu e Patrícia chegou perto.
- Alguém sabe que está aqui?
- Não, meus pais não vão sentir minha falta esta noite. – Não era disso que Patrícia estava falando.
- Você quer ficar? – Algo incontrolável subia à sua cabeça.
- Sim. – Falou Lucas mais corado impossível.

Patrícia aproximou-se do corpo de Lucas devagar, colocou suas mãos sobre seu ombro e lhe devolveu o beijo que a pouco ele a dera. Lucas entregou-se totalmente a situação deixando-se levar pelo beijo quente e molhado.

- Não sei bem o que estou fazendo, e isso é errado, mas, não vou conseguir me conter. – Patrícia falou ainda descolando seus lábios da boca de Lucas. Ele era incapaz de dizer algo depois da atitude de Patrícia, da qual ele jamais imaginaria que fizera. – Lucas é melhor você ir embora, se ficar aqui pode acontecer algo que possamos nos arrepender depois. – A consciência de Patrícia gritava. Porém, seus desejos eram mais aguçados.
- Eu sei. Mesmo todo meu corpo pedindo o contrário. Mas já estou feliz em saber que não sou o único que não conseguirá dormir esta noite.
- Até amanha Lucas.
Beijaram por minutos em um beijo quase interminável.

A noite foi longa, porém prazerosa para os dois corações que agora batiam forte. Lucas trancafiou-se em seu quarto escuro como de costume, ainda sentindo o perfume de jasmins nos seus braços que lhe fazia lembrar Patrícia. Ligou o som que ainda tinha o Cd da sua banda favorita e caiu de vez na cama devidamente forrada com uma colcha azul. Era inevitável não pensar naquele beijo, querer mais, desejar o corpo daquela linda mulher. Lucas foi ficando excitado e o desejo de chegar ao prazer foi tomando conta da sua mente...Desejava essa mulher com fúria desde o primeiro dia em que colocou seus olhos nela. Foi ela quem despertou a vontade de fazer sexo nele, e agora mais uma vez os desejos de transar com ela o deixava excitado em pensar em seu corpo nu.
Com movimentos lentos, ele foi abrindo sua bermuda e a massagear seu membro que latejava de prazer enquanto pensava pela milésima vez em ter Patrícia em seus braços...

Patrícia sabia que o que tinha acabado de acontecer era muito serio. Além de ser seu aluno, ele era quinze anos mais novo. E, para os olhos das pessoas, isso é inaceitável. Como vão saber que ela está apaixonada por um garoto de apenas 17 anos? Que seu corpo definido e suas palavras carinhosas agora repetiam em sua cabeça? Como saberiam que tudo isso aconteceu em ambos? Mas, espera ai... Pensou Patrícia, será que ele não quer só ir para a cama comigo? Ou será aquele jovem rapaz um aliado ao governo? Algum espião que trabalha para o partido opositor? Não seria perdoada pelos membros. Muito menos por si mesma.
As dúvidas apareciam na cabeça de Patrícia, não pensou mais nisso e foi dormir.

Alegre e sorridente, Lucas arrumou-se rápido para ir as aulas, logo hoje que teria aula de Inglês com sua tão amada professora. Ele estava nervoso, deve ter treinado seu “discurso” umas 50 vezes e mesmo assim sentia-se inseguro e morto de vergonha em ter de falar com Patrícia depois do apaixonado beijo na sala de estar em sua casa ontem. Tentou concentrar-se em algum livro – que por acaso nem sabia a quem pertencia – porque acabara de tocar o sinal para os dois horários seguidos de inglês. Tentava manter os olhos fixos no livro quando Patrícia entrou na sala repleta de jovens, conversando.

1 comentários:

Cássio disse...

Que mente fertil hein?!
euiheieuheieuhieuh