DAR LUZ À VIDA

quarta-feira, 18 de março de 2009

VIVEM OS HOMENS
DOS SONHOS DE UM DIA FUTURO
DOS POUCOS QUE SE RETIRA DA
EXISTÊNCIA INERTE.
POIS QUE POUCOS PERCEBEM
QUE O DESTINO NÃO TEM PERNAS
E APENAS ENTRE O ENGASGO E O CHORO
É QUE SE VIVEU DESONHORADAMENTE.

A minha verdadeira vida

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Tão intensamente amei
e tão falsamente fui amada
que apenas desabrochei
a mágoa e a dor calada.

Como ser si mesmo
em um mundo de tantos mesmos
e nenhum nós?
Se somos todos um pouco de nós
e tão pouco de nós mesmos?

Tão enlouquecidamente me transformei
Naquilo que nunca imaginei ser
que nunca voltei a ser o que fui,
apenas vivo para viver.

Reencontro.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Reencontro

Quando eu sentir

meu braço pender
o pulmão faltar
o olho cobrir-se
o sangue parar
as vozes perderem-se
o coração falhar
a saliva escorrer
a lingua cair para o lado
os dedos ficarem roxos
o corpo debater-se em espasmos
a agonia chegar
a dor dominar
o frio espalhar-se
o cansaço apoderar-se
os músculos desobedecerem
os pensamentos apagarem
a linguagem não bastar
as lágrimas me lavarem
o rosto endurecer
os soluços fazerem uma sinfonia
o desespero soltar
a loucura misturar-se

estarei morta.

sem volta.

exatamente como será contigo
se morrer de morte morrida.


Flávia Braga

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Le Monde c’est voux

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Le Monde c’est voux

Em minha alma dormente
Há um coração que sente
Um amor que mente
Uma dor insolente,
Mas o mundo continua a girar...

Gira o mundo, gira eu também
Do Japão ouso rock
Do inglês uso locked
Para minha fé, amém.

Crio a música vencida,
A canção da minha vida,
O espanhol da minha dança
O meu gingado brasileiro
A minha cubana esperança
E meu amor mineiro.

Sou o que há dentro de mim,
O que vejo,
O que ouço,
O que rodeio,
Sou até mesmo o que desconheço,
Sou uma guerra fria em mim mesma.

Mas, não. Não tenho nome.
Não tenho indentidade.
Nem nada
Sou o produto do dinheiro
E um pouco de fada.


Flávia Braga

Minha querida amante.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Minha querida amante.



Amo-te não somente por ser bela,
Minha bela,
Mas por possuir os meus sonhos
Que antes pertenciam a um outro alguém
Que agora vive do passado!
Mas tu, dona de mim, estás comigo
Aonde quer que eu vá
Nos pensamentos
No coração que bate desesperadamente por não ter-te
Mas vivo feliz, meu amor, porque sei
Que tu sorri, mesmo quê seja longe de mim.
Ah! Que covarde sou por não correr para teus braços!
Que medrosa sou, pobre de mim, que tem medo que teu coração
Bata por um alguém que não sou eu!
Minha amante,
Sim és!
Tu domina os meus desejos e o meu encanto
Por um minuto pensei, bela,
Que não merecia de veras o teu amor.
Mas que burro é meu coração!
Quero-te amais que a qualquer um que esse corpo desejou
E por ele, meu amor,
Volto a ser pura,
Por ele, e se tu quiseres,
Sou uma puta,
Para ter você para sempre!
Serei flor do pecado por causa desse desejo, que me consome viva
Com rapidez, que fúria!
E quanto me provocas
Como gosto!
E meu simples banho,
Já não é mais um banho,
Porque quero beijar-te sobre essa água quente
Que desce sobre meu corpo.
E aquela brisa?
Que depois de te amar quero sentir sobre meu rosto.
E te beijar
Te invadir com a minha lingua
Que sinta meu calor!
Não podes imaginar, minha loucura, o quanto eres de mim
E que não há vergonha para o que sinto
Nem para meu desejo.
Gosto de tua astúcia,
Da tua malícia,
Da tua vontade de sexo!
Me completas em tudo, minha querida,
Estou doente.
O amor consumiu-me completamente.

As vezes quando estou sozinha, meu amor,
Vontade não me falta de estar contigo.
Me falta sim, coragem!
Coragem não, pois isto sei que tenho de sobra
O que me falta é uma chance.
Oh! Senhor do Mundo, conduz minha vida ao da minha amante.
A minha cama vazia já não tem esperanças
De encontrar em um outro alguém
Amor tão grande.
Mal sei sobre a vida,
Nem sobre o destino
Só sei de uma coisa, meu amor
Quero estar contigo!
E não sabes, minha amada, o como é bom
Ter-te
Amar-te
Posso sentir meu coração vir a boca
Quando dizes que me queres
Ai! Que arrepio me dá quando diz que quer me beijar
De ser feliz comigo.
Como posso ser tão feliz, meu amor?
Sou boba, sou idiota.
Sou sim, por sonhar tão alto
Por querer que o mundo foda-se!
Só para estr do teu lado
Me sinto egoísta,
Mas eu te quero!
E não posso deixar que esteja longe de mim
Perdoe-me meu amor
Por termos perdido tanto tempo.

Não posso esquecer do teu corpo,
Tua boca,
Estão grudados na minha mente!
E só em pensar que só queria usar-te, e tu a mim.
Percebeste esse sentimento que foi tomando conta de nós?
Queriamos transar, descobrir-nos!
Mas uma ponte me une a ti
Nosso amor prova que tudo é possível
Que é possível esquecer-se do passado.
Perdoe-me outra vez, minha amada.
Falei por ti, e não sei se disse a verdade sobre o que tu sentes.
E sim sobre o que eu quero.
Que é que me ame.
E desse amor queria viver,
Me sinto uma sonhadora,
De novo, uma egoísta.
Sinto-me verdadeiramente ridícula
Por achar que sou o melhor para ti.
Mas o que posso fazer, meu amor,
Se eres minha amante?


Flávia Braga

Ode às diferenças

sábado, 8 de novembro de 2008

Ode às diferenças

Chega de pensamentos medievais!
Chega de leis inquisitoras!

Eu quero o diferente,
Eu quero a loucura dos loucos!
(são realmente loucos?)

Eu quero o pudor enfraquecido!
Eu quero o amor pelos iguais!

Diferente?
Sou sim.

Tenho quilos a mais que Maria,
Tenho cabelos negros,
Sou descrente em santos.
Ah...
Se pudessem ser só essas as diferenças,
Senão houvesse política,
Se nos lembrasse-nos dos amigos,
Dos tempos bons!

O que há de diferente então no cambojano?
Não choram eles, lágrimas?
Não bate neles um coração?
Não há neles sangue vermelho?

Me digam então o que há de errado com as damas da noite?
(matam-se mulheres por convicções erradas)
“Pensamos que era uma puta”
Ora pois, e não é gente?
Não sente essas mulheres também prazer?
Não têm essas mulheres seus sonhos?

E tu leitor?
Eres diferente do mundo que te rodeia?
Sentes tu frio quando todos tem calor?
Eres por um acaso, vazio?

Pois, também não sou.
Numa montanha de gente morta,
Lá estou eu com minha missão de guia-los
Pelos caminhos obscuros de Danthi
O moço do lado era um Picasso,
A mulher, uma Tieta.

E não somos então humanos?

Por favor, não escrevas números na minha lápide.

Flávia Braga

ETAPAS 2 - UM ENSAIO SOBRE O AMOR

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A FESTA

DESCOBRI EU, NELA
E MEU CORAÇÃO NÃO SE ABRIA
AS PORTAS DO MEU QUARTO, EU NÃO TINHA
AS CHAVES
ESTAVAM COM ELA.

E, NOS DIVERTINDO, PINTAVA UMA ARTE EM SEU ROSTO
COM O PINCEL DESLIZAVA AS CORES MÁGICAS
NO CORPO QUE EM MIM, TRANSFORMAVA
E ERA FESTA DENOVO!

NÃO ERA UMA ILHA EM SI MESMA AGORA
ERA UM ARQUIPÉLAGO IMENSO
SEUS OLHOS MOSTRAVAM O MAR INTEIRO
E EU JÁ SABIA QUE EU, ERA ELA.

NÃO HAVIA MAIS O AMOR GRAMATICAL
ERA O AMOR PIONEIRO
COM TRAPAÇAS DO DESTINO, E DIFICIL,
ERA INTENSO.