No vrum vrum de Recife.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008





Apesar de não sentirme enquadrada em nenhum ismo,
ser pernambucano e não falar de Recife,
é o mesmo que não ser
e posto que desta qualidade tanto me orgulho,
separo estes versos para aquele
em que todos meus amores (sentidos ou vividos) e todos meus disabores fizeram parte.

Acolhedora como uma amável mãe,
e por esta razão também saudosista,
Recife me nasceu no ano de 1990.
Não muito longe desta mesma data em que me encontro,
vivo uma plena pernambucanidade.

Em meu carnaval multicultural,
há cultura para toda gente, para toda alma, para toda religião
aos ouvidos chegam-me opniões de pólos,
invenções descaradas,
pensamentos espontâneos, ora!
Que isso é ser pernambucano!

Não me venham lembrar das pragas dessa boa genta!
Sei de tudo, sei!
Que sobra comida, e fome
que falta casa e saúde
que não se precisa de seca
nem de corruptos!
Ora que sei!
Mas não me lembre disso, que a vida amarga-me e busco por felicidade.
E achá-la é escutar o som do maracatu!
Linda vibração africana!
Batem os tambores na frente da sinagoga,
passa-se pelos antigos deixados holandeses,
e tudo isso espalha-se pelo Brasil,
pelo mundo até!

Boa qualidade é ser pernambucano, é única!
É ter veneza colorida,
sol e chuva ao mesmo tempo,
toque de zabumba,
Ariano, Ascenso, Gonzaga,
é ter amor! É ter paixão!
É enfrentar a vida com foice na mão e cara pintada.

Não, caro leitor, não faço de pernambuco um cenário de romantismo.
Nem um quadro árcade.
Ser pernambucano é dar de cara com a morte todos os dias é berrar em sua cara,
é ver a primavera na seca,
e na seca ver a cara do sertão.

Se eu nascese denovo,
queria ser pernambucana,
que já nasce com um degrau acima para o céu,
e um pé no inferno,
que chamego, forro colado e esperteza, não é só joão grilo que tem!

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