Buraco-Negro

domingo, 31 de agosto de 2008




Fechei-me tanto e tantas vezes em mim mesma
que já desconheço a cicatriz que há em minha mão direita
e até mesmo de meus oculozinhos prateados.

Tornei-me tão densa e enigmática
que perdi a chave da minha porta
e o cadeado do meu inconsciente

Sou hoje o que há de tão pouco o que pareço
e tão largo o que escondo
que perdi-me em mim mesma
Sou um estranho em meu corpo.
Fechei-me em um buraco negro de letargia e torpor.



Flávia Braga




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Uma frase:


"É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias."

Immanuel Kant

1 comentários:

Fernando Souza disse...

Lindo poema!

Espero que a melancolia dele sirva apenas como valvula de escape de um dia sombrio dentre centenas de outros iluminados.

Abraços amiga!