Reencontro.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Reencontro

Quando eu sentir

meu braço pender
o pulmão faltar
o olho cobrir-se
o sangue parar
as vozes perderem-se
o coração falhar
a saliva escorrer
a lingua cair para o lado
os dedos ficarem roxos
o corpo debater-se em espasmos
a agonia chegar
a dor dominar
o frio espalhar-se
o cansaço apoderar-se
os músculos desobedecerem
os pensamentos apagarem
a linguagem não bastar
as lágrimas me lavarem
o rosto endurecer
os soluços fazerem uma sinfonia
o desespero soltar
a loucura misturar-se

estarei morta.

sem volta.

exatamente como será contigo
se morrer de morte morrida.


Flávia Braga

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