TORTURA NÃO TEM ANISTIA - JUSTIÇA JÁ!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A FAVOR DO JULGAMENTO DOS MILITARES ENVOLVIDOS NA DITADURA MILITAR.
TORTURA NÃO É ESQUECIDA.
É INADMISSÍVEL VIVER COM ASSASSINOS E TORTURADORES, A LEI SERVE PARA TODOS, EM TODOS OS MOMENTOS. NÃO EXISTEM EXCEÇÕES.
JUSTIÇA SEJA FEITA, AS VERDADEIRAS VÍTIMAS ESTÃO MORTAS OU PRESAS NAS LEMBRANÇAS DA TORTURA QUE SOFRERAM, FAMILIAS AINDA ESPERAM PELO DIREITO DE GRITAREM SUAS DORES. O BRASIL NÃO PODE VIVER COM ESSA VERGONHA.

FORA LEI DA ANISTIA AOS MILITARES!

PARABENS A REVISTA CAROS AMIGOS – AINDA EXISTE JORNALISMO DE VERDADE NESSE PAÍS!
“Torturar é crime hediondo contra a humanidade: não prescreve. Ou será mero crime político perdoável?
Na manhã da última quinta-feira de julho, o ministro da justiça Tarso Genro e o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos Paulo Vannucchi defenderam a punição aos torturadores do regime militar. Ao contrário do que a mídia fez parecer, essa é uma batalha que se trava há 29 anos, ou mais.” EDIÇÃO 138.

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Caneta de Tinta Vermelha

Quando o seu fuzil é uma caneta
E seu tanque de guerra é um papel

Quem há de fazer algo contra você? Estás blindado.
À prova de leis (ou balas, como preferir),
Escondido como a alma daquele soldado blindado.
Quem irá meter-se de bobo contigo?
Quem, por cargas d’agua, vai morrer com tua tinta?
És Deus, inquestionável!
(e quando a tinta acaba?)
- pois que tenho um pacote que me dão os empresários!
A tinta não acaba! Nunca!
- Nem quando a guerra acaba? Tu não hás de parar o show pirotécnico?!
- e para que? Se me dão canetas há de ser para usa-las!
Não tens medo que a caneta estoure na tua mão,
Ou no teu bolso porque a tinta não pega.
O soldado sai pela portinhola porque sufoca ali, precisa de ar.
Tão semelhantes. Soldados do absurdo.
Só lês muda a espécie de tinta,
E incrível,
Sob o mesmo efeito.


Flá Braga


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“Detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos.”
Jean Paul Sartre

Não à Glória - Um conto para quem já esteve no fim.

domingo, 21 de setembro de 2008


Estava ali sentada, em uma posição monárquica de quem já foi chefe de família. O creme anti-rugas que deveria ter sido usado há 30 ou 40 anos. As mãos calejadas de quem via ali as linhas do livro da sua vida. Olha em volta observando cirurgicamente aqueles novos tão inconscientes de seu destino. Procura neles a sua vida pós-morte e se desespera por saber que não verá a sua própria vida. Sorri em saber da ingenuidade e petulância dos que não têm aquilo em que se é mais rica: anos. E morre um pouco em saber que foi em si o que jamais foi para os outros. Morre em saber que seus sonhos morrerão consigo também. Morre em saber que toda uma história não será mais que pó. Que aquele sexo não-feito vai ser incognita para sempre. Morre em saber que é só aquilo. Tão brochante. Pergunta-se Onde estarão os mistérios fúnebres que faziam sua mente criança apavorar-se. É tão patético. Tão simples. Tão humano. Tão pouco divino. Vê que não há glória nenhuma na morte. Que seus heróis juvenis eram idiotas, que sua vida é torta. Sente vez ou outra a agonia da morte, o medo que a levará de repente, assim sem adeus, sem justiça. Pois que não há tribunal para a biologia e o certo é inevitável.
Morre aos poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Poucos.
Como um balde que escorreu a última gota.


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"Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e actividades são tragadas pela cobiça."

Karl Marx

Mariposas

terça-feira, 16 de setembro de 2008



Se não fosse eu essa mente metecapta
nem essa covarde densa
lançava-me nas águas túrgidas
desse amor insano.

Pois que me pego a uma ilusão
em troca de carinho alheio
o que tenho são mãos de morfeo
e realidade, realidade, realidade.

Ora, se do crepúsculo me salvo os anjos
e da manhã me guardo os doendes
o que me vem da madrugada?
Se não mais que nada, esperando tudo...

Esse amor vale o que me paga
um olhart de cobiça
um gesto de calúnia
e me faz umbigo desta loucura
tão perto do sexo,
tão longe da razão.


Flá Braga

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"Mas sejam quais forem as circunstâncias da minha morte, morrerei com fé inabalável no futuro comunista da humanidade. Esta fé no homem e no futuro me dá, mesmo agora, uma força que religião nenhuma me poderia dar".

León Trotsky