Reencontro.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Reencontro

Quando eu sentir

meu braço pender
o pulmão faltar
o olho cobrir-se
o sangue parar
as vozes perderem-se
o coração falhar
a saliva escorrer
a lingua cair para o lado
os dedos ficarem roxos
o corpo debater-se em espasmos
a agonia chegar
a dor dominar
o frio espalhar-se
o cansaço apoderar-se
os músculos desobedecerem
os pensamentos apagarem
a linguagem não bastar
as lágrimas me lavarem
o rosto endurecer
os soluços fazerem uma sinfonia
o desespero soltar
a loucura misturar-se

estarei morta.

sem volta.

exatamente como será contigo
se morrer de morte morrida.


Flávia Braga

----

Le Monde c’est voux

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Le Monde c’est voux

Em minha alma dormente
Há um coração que sente
Um amor que mente
Uma dor insolente,
Mas o mundo continua a girar...

Gira o mundo, gira eu também
Do Japão ouso rock
Do inglês uso locked
Para minha fé, amém.

Crio a música vencida,
A canção da minha vida,
O espanhol da minha dança
O meu gingado brasileiro
A minha cubana esperança
E meu amor mineiro.

Sou o que há dentro de mim,
O que vejo,
O que ouço,
O que rodeio,
Sou até mesmo o que desconheço,
Sou uma guerra fria em mim mesma.

Mas, não. Não tenho nome.
Não tenho indentidade.
Nem nada
Sou o produto do dinheiro
E um pouco de fada.


Flávia Braga